O quinto dia dos desfiles em Nova York teve dois brasileiros se apresentando: Carlos Miele e Alexandre Herchcovitch. Nomes fortes da moda americana também mostraram suas coleções primavera-verão 2012, como Carolina Herrera, Donna Karan, além de grifes que costumam povoar os tapetes vermelhos, como Jenny Packham e Pamella Roland. Aliás, foram as roupas de "red carpet" que mais chamaram a atenção nesta segunda-feira, em cores fortes, modelagens fluidas e também com estampas digitais ou aplicações superchiques.
Com uma plateia cheia de figuronas como Emmanuelle Alt, editora-chefe da Vogue Paris, e a crítica de moda Suzy Menkes, do International Herald Tribune, Miele apresentou a coleção Immersive Landscape, com inspiração em "ambientes imersivos artificiais, que podem ser criados pela realidade virtual", de acordo com o material de divulgação. A tradução disso na passarela foram peças fluidas e lânguidas, com estampas digitais que davam a impressão de ondas em cores fortes, como amarelo, verde e azul.
Os tradicionais fuxicos confeccionados pela Coopa Roca, da favela da Rocinha, também estiveram presentes na coleção, que trouxe decotes poderosos e ombros valorizados. Tudo adornado por joias assinadas por Ivanka Trump. Os 32 looks foram mostrados por um casting multirracial de 10 países diferentes. Na trilha sonora, a música Na Tonga da Mironga do Kaburetê, de Vinicius de Moraes e Toquinho.
Alexandre Herchcovitch, que dessa vez não participa do line-up oficial da Mercedes-Benz Fashion Week, apresentou em Nova York uma versão enxuta da coleção mostrada em São Paulo em junho. Os shapes dos anos 50 e 60, em vestidos suaves e delicados, como cetim e seda, vêm em cores leves e apasteladas. O brasileiro segue a linha que remete ao estilo ladylike, com sua feminilidade sem exageros.
E esse é o mote de várias outras coleções mostradas nas passarelas novaiorquinas. Carolina Herrera trouxe toda a variedade de peças que cabem nesse estilo de mulher, elegante e moderna. Das calças de cintura alta aos casaquetos e camisas. Mas os vestidos que valorizam o dorso, o colo e a cintura, em comprimentos médios ou longos (esses prontos para os tapetes vermelhos) foram as peças principais. As estampas digitais e as cores fortes e vivas também não faltaram.
Donna Karan apostou em tons mais escuros, mas não deixou de lado a feminilidade elegante, com peças marcadas no dorso e saias na altura dos joelhos, algumas mais secas, outras com certo volume nas saias. Faixas em tons degradês ou em duas cores, como marrom e preto, vinham na vertical ou na diagonal, desenhando uma silhueta esbelta. O rabo de cavalo preso no meio da nuca, com os fios bem puxados e a maquiagem leve apresentados pela estilista é tendência forte.
Jenny Packham e Pamella Roland também transportaram esse universo feminino e chique às suas apresentações, com seus longos fluidos e deslumbrantes. Sabem misturar sensualidade e glamour como ninguém, talvez por isso tantas celebridades adoram desfilar com suas criações nos eventos mais badalados mundo afora. Já para quem gosta de uma atitude mais jovem e descolada, a coleção de Rebecca Minkoff é um prato cheio. Vem com estampas, transparências, vestido calças e saias, blusas e top compridos. Mas tudo com um perfume fresco e leve. O recado está dado: a primavera americana será sensual, elegante e feminina, mas nunca de forma exagerada.
Postar um comentário